FRAIL-BR
Desde as publicações de 2001 que sugerem fragilidade como fenótipo (Fried et al.) e índice (Mitnitski et al.), vários instrumentos foram propostos para classificar pacientes como frágeis. Um desses é a escala FRAIL, um instrumento híbrido que combina componentes das duas principais formas de avaliação. São quatro componentes baseados nos critérios propostos por Fried et al. e um componente (número de doenças) derivado do índice de fragilidade.
A escala FRAIL usa um questionário com cinco itens avaliados de forma dicotômica (sim/não), onde cada resposta afirmativa equivale a um ponto. A presença de três ou mais pontos indica fragilidade, um ou dois pontos indicam pré-fragilidade, e nenhum ponto indica robustez. Este instrumento está relacionado com mortalidade, incapacidade física e dependência funcional.
Aprahamian et al. (2017), avaliando população brasileira, comparou a escala FRAIL com a proposta por Fried et al., encontrando uma moderada acurácia diagnóstica através de análise de curva ROC (ASC 0.681; IC 0.578-0.784). Com um ponto de corte em 03 pontos, a sensibilidade foi de 28% e a especificidade de 90% (P=0.049).
A grande vantagem do FRAIL é sua aplicação rápida e sem a necessidade de informações de exames complementares ou de instrumentos específicos, como um dinamômetro.
Escala FRAIL-BR
Interpretação*:
A FRAIL-BR é de fácil aplicação e interpretação, conforme a seguir:
Zero pontos: indivíduo robusto
Um ou dois pontos: indivíduo pré-frágil
Três ou mais pontos: indivíduo frágil
Ressalta-se que, mais importante do que avaliações e classificações pontuais, é a aplicação seriada do instrumento e o julgamento quanto a variações ao longo do tempo.
* Salienta-se que os instrumentos de avaliação geriátrica devem ser utilizados em conjunto com anamnese e exame físico. Devendo ser interpretados sob a luz de julgamento clínico
Referências:
Aprahamian I, Cezar NOC, Izbicki R et al. Screening for frailty with the FRAIL Scale: A comparison with the phenotype criteria. J Am Med Dir Assoc 2017; 18(7):592-596.
Fried LP, Tangen CM, Walston J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2001; 56: 146–56
Mitnitski AB, Mogilner AJ, Rockwood K. Accumulation of deficits as a proxy measure of aging. Sci World J 2001; 1: 323–36.
van Kan GA, Rolland Y, Bergman H et al. The I.A.N.A. Task Force on frailty assessment of older people in clinical practice. J Nutr Health Aging 2008; 12 (1):29-37.
van Kan GA, Rolland YM, Morley JE et al. Frailty: toward a clinical definition. J Am Med Dir Assoc 2008; 9(2):71-2.