Índice de Barthel
O Índice de Barthel é um instrumento crucial para a mensuração das Atividades de Vida Diária (AVDs). Proporciona uma avaliação da independência funcional no cuidado pessoal e mobilidade. Foi desenvolvido nos anos de 1950 em hospitais de Maryland (EUA) para pacientes com desordens neuromusculares e musculoesqueléticas. Na sua concepção o índice foi aplicado regularmente para monitorar a evolução de pacientes em reabilitação e comparar os níveis de independência entre a admissão hospitalar e a alta para o domicílio.
O instrumento é composto por dez itens, como alimentação, passagem cama-cadeira-cama, higiene pessoal, uso de vaso sanitário, banho, caminhar em superfície plana, escadas, vestimenta, continência fecal e continência vesical, cada item possui pontuações variáveis entre zero e quinze pontos, dependendo do grau de dependência funcional do indivíduo. A pontuação máxima é atribuída somente se o paciente não necessitar nem da mínima ajuda, nem mesmo de supervisão.
O índice total pode variar de zero a 100 pontos, indicando maior independência à medida que a pontuação aumenta.
Índice de Barthel
Interpretação*:
Não há consenso quanto à pontos de corte para o uso do Índice de Barthel. Geralmente, pontuações abaixo de 50 indicam dependência para ABVD.
Shah et al. (1989) propõe uma estratificação para os pacientes submetido à análise. No entanto, o mesmo autor sugere uma pontuação diferente da original para os itens avaliados:
0 – 20 pontos: Dependência total
21 a 60 pontos: Dependência grave
61 a 90 pontos: Dependência moderada
91 – 99 pontos: Dependência leve
100 pontos: Independente
Ressalta-se que, mais importante do que avaliações e classificações pontuais, é a aplicação seriada do instrumento e o julgamento quanto a mudanças funcionais ao longo do tempo.
* Salienta-se que os instrumentos de avaliação geriátrica devem ser utilizados em conjunto com anamnese e exame físico. Devendo ser interpretados sob a luz de julgamento clínico.
Referências:
Araujo EAT, Lima Filho BF, Silva ACMB, Melo MCS, Gazzola JM, Cavalcanti FAC. A utilização do Índice de Barthel em idosos brasileiros: uma revisão de literatura. Revista Kairós-Gerontologia 2020;23(2), 217-231.
Mahoney FI, Barthel DW. Functional Evaluation: The Barthel Index. Md State Med J 1965; 14: 61-65.
Minosso JSM, Amendola F, Alvarenga MRM, Oliveira MAC. Validação, no Brasil, do Índice de Barthel em idosos atendidos em ambulatórios. Acta Paul Enferm 2010; 23(2): 218-23.
Shah S, Vanclay F, Cooper B. Improving the sensitivity of the Barthel Index for stroke rehabilitation. J Clin Epidemiol 1989; 42(8): 703-709.
Vilela Jr GB, von Stockler S, Duvalier AM. Avaliação e Validação da escala Barthel para a língua portuguesa falada no Brasil. Revista CPAQV 2009; 1(2).