Humor
A palavra humor tem origem latina (umor) remetendo a umidade. Remonta à medicina clássica galeno-hipocrática, a qual considerava que o equilíbrio entre os quatro humores corporais (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra) seria essencial para a manutenção da saúde. Logo, uma pessoa bem-humorada apresentaria os humores equilibrados.
Num contexto mais moderno, o humor passou a caracterizar o somatório dos afetos presentes em um indivíduo em um dado momento. É um estado basal que tende a se manter ao longo do tempo, diferenciando-se das emoções (reações de curta duração e alta intensidade relacionadas a alterações corporais), sentimentos (estados afetivos com maior processamento cognitivo, mais prolongados e com poucas alterações fisiológicas) e afetos (capacidade e meio de expressar emoções e humor).
Alterações no humor envolvem transtornos depressivos, transtorno bipolar e outros transtornos relacionados. Nos quadros depressivos da população geriátrica, comparados aos jovens, observam-se menos sintomas de tristeza e uma maior associação com perda de interesse (anedonia). Além disso, ocorrem dificuldades com o sono, perda de apetite e pensamentos de morte.
Para o acompanhamento da saúde mental da população idosa, existem diversos instrumentos de rastreio e de acompanhamento terapêutico de depressão que podem ser úteis para os profissionais que atendem a esse grupo etário.
Sugestões de leitura:
Baldaçara L, Bueno CR, Lima DS, Nóbrega LPC, Sanches M. Humor e afeto. Como defini-los? Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo 2007; 52(3): 108-13.
Devita M, Salvo R, Ravelli A, Rui M, Coin A, Sergi G, Mapelli D. Recognizing depression in the elderly: Practical guidance and challenges for clinical management. Neuropsychiatr Dis Treat 2022; 18: 2867-2880.
Martins LAP, Silva PJC, Mutarelli SRK. A teoria dos temperamentos: do corpus hippocraticum ao século XIX. Memorandum 2008; 14: 09-24.