Inventário de Ansiedade Geriátrica (GAI)
Os transtornos de ansiedade estão associados a piora na morbidade, funcionalidade e qualidade de vida em idosos. No entanto, existem poucos instrumentos para sua avaliação, especialmente quando comparados aos transtornos de humor e quadros cognitivos. Entre as ferramentas disponíveis, destaca-se o Geriatric Anxiety Inventory (GAI), proposto por Pachana et al. em 2007.
Os autores desenvolveram o GAI com a preocupação de criar um instrumento de fácil aplicabilidade. Composto por 20 itens a serem avaliados de forma dicotômica, o GAI pode ser autoaplicável ou administrado por um profissional, tanto oralmente quanto por meio de registro escrito. Além disso, os autores tomaram o cuidado de minimizar a avaliação de sintomas somáticos, a fim de evitar que a condição clínica geral influenciasse os resultados. O GAI foi elaborado para avaliar sintomas comuns de ansiedade em idosos, mas não se destina a diagnosticar transtornos ansiosos específicos.
O examinador deve orientar o paciente a responder como se sentiu na última semana, marcando “concordo” ou “discordo” para cada uma das 20 questões.
Inventário de Ansiedade Geriátrica
Por favor, responda aos itens de acordo com como o (a) senhor (a) tem se sentido na última semana. Escolha CONCORDO se você concorda em maior grau que esse item descreve você; Escolha DISCORDO se você discorda em maior grau que esse item descreve você.
Interpretação*:
Apresentamos dois pontos de corte descritos na literatura. Um deles foi pelos autores originais e outro por trabalho em população brasileira.
Pachana et al (Austrália - 2007)
Ponto de corte: 11 pontos ou mais (Sensibilidade 73%, Especificidade 80%)
Massena et al. (Brasil - 2014)
Ponto de corte: 13 pontos (Sensibilidade 83,3%, Especificidade 84,6%)
Ressalta-se que, mais importante do que avaliações e classificações pontuais, é a aplicação seriada do instrumento e o julgamento quanto a variações ao longo do tempo.
* Salienta-se que os instrumentos de avaliação geriátrica devem ser utilizados em conjunto com anamnese e exame físico. Devendo ser interpretados sob a luz de julgamento clínico
Referências:
Martiny C, Silva ACO, Nardi AE, Pachana NA. Tradução e adaptação transcultural da versão brasileira do Inventário de Ansiedade Geriátrica (GAI). Rev Psiq Clin 2011; 38(1): 8-12.
Massena PN, Araújo NB, Pachana N, Laks J, Pádua AC. Validation of the Brazilian Portuguese Version of Geriatric Anxiety Inventory - GAI-BR. Int Psychogeriatr 2015; 27(7): 1113-9.
Pachana NA, Byrne GJ, Siddle H, Koloski N, Harley E, Arnold E. Development and validation of the Geriatric Anxiety Inventory. Int Psychogeriatr 2007; 19(1): 103-14.