Índice de Katz (ABVD)
O Índice de Katz foi proposto pelo Dr. Sidney Katz durante sua atuação no Hospital Benjamin Rose (Cleveland, Ohio, EUA). Foi desenvolvido no final dos anos 1950 e início da década de 1960, culminando na publicação clássica de 1963. Inspirado na recuperação funcional de pacientes em reabilitação após fraturas de quadril, este instrumento foi desenvolvido para avaliar a capacidade funcional nas Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD ou AVD), cruciais para a sobrevivência do indivíduo.
O Índice de Katz destaca-se por sua simplicidade de aplicação, avaliando a independência do paciente em seis itens distintos: tomar banho, vestir-se, uso do vaso sanitário, transferência, continência e alimentação. Cada item é avaliado de forma dicotômica, classificando o paciente como dependente ou independente. A ordem de avaliação segue a hierarquia de complexidade, indo da atividade considerada mais complexa (banho) até a menos complexa (alimentação).
Índice de Katz
Interpretação*:
Nos textos originais, os indivíduos avaliados eram classificados em sete grupos (grupo A ao grupo G), com um oitavo grupo denominado ‘Outros’. Nesse sistema, o primeiro grupo indicava total independência em todas as atividades, enquanto o grau de dependência aumentava até o grupo G. Posteriormente, houve uma evolução com a eliminação do grupo ‘Outros’ e a transição de letras para números nos demais grupos. O grupo zero passou a representar total independência, ao passo que o grupo seis reflete a dependência máxima, indicando a quantidade de domínios nos quais o paciente é dependente.
Uma interpretação alternativa, proposta pelo Hartford Institute for Geriatric Nursing, atribui um ponto para cada domínio considerado independente. Essa pontuação está associada ao grau de independência, como segue:
Seis pontos: Totalmente independente
Três a cinco pontos: Dependência moderada
Um a dois pontos: Dependência grave
Zero ponto: Dependência total
Ressalta-se que, mais importante do que avaliações e classificações pontuais, é a aplicação seriada do instrumento e o julgamento quanto a mudanças funcionais ao longo do tempo.
* Salienta-se que os instrumentos de avaliação geriátrica devem ser utilizados em conjunto com anamnese e exame físico. Devendo ser interpretados sob a luz de julgamento clínico
Referências:
Duarte YAO, Andrade CL, Lebrão ML. O índice de Katz na avaliação da funcionalidade dos idosos. Rev Esc Enferm USP 2007; 41(2): 317-325.
Katz S, Ford AB, Moskowitz RW, Jackson BA, Jaffe MW. Studies of illness in the aged. The index of ADL: A standardized measure of biologics and psychosocial function. JAMA 1963;185: 914-919.
Katz S, Downs TD, Cash HR, Grotz RC. Progress in development of the index of ADL. Gerontologist 1970; 10(1):20-30.
Katz S, Akpom CA. A measure of primary sociobiological functions. Int J Health Serv. 1976; 6(3): 493-508.
Lino VTS, Pereira SRM, Camacho LAB, Ribeiro Filho ST, Buksman S. Adaptação transcultural da escala de independência em atividades de vida diária (Escala de Katz). Cad Saúde Pública 2008; 24(1):103-112.