Nutrição
O estado nutricional é o resultado do equilíbrio dinâmico entre as necessidades do organismo para manter suas funções e a ingestão alimentar. Quando esse equilíbrio é comprometido, podem ocorrer alterações corporais, como desnutrição, sobrepeso e obesidade, que estão diretamente relacionadas à piora da qualidade de vida e ao aumento do risco de morbimortalidade.
A avaliação nutricional envolve a análise de diferentes aspectos, como anamnese, exame físico, dados antropométricos e o uso de exames complementares. Na anamnese, é essencial avaliar variações de peso e apetite, o padrão alimentar, as demandas metabólicas, a presença de comorbidades, o uso de medicamentos, os aspectos sociais e as preferências alimentares do paciente. Para a população idosa, acrescenta-se ainda a aplicação da Avaliação Geriátrica Ampla (AGA), que inclui a pesquisa de funcionalidade e a identificação de síndromes geriátricas, como sarcopenia, fragilidade e disfagia.
As alterações corporais próprias do envelhecimento, como a redução da altura, o ganho progressivo de peso e o aumento da gordura em relação à massa magra, devem ser levadas em consideração. Além disso, o acúmulo de comorbidades e o uso de medicamentos têm grande influência na composição corporal do idoso.
O exame físico tem como objetivo identificar sinais de alteração na composição corporal e coletar dados antropométricos, como peso, altura, pregas cutâneas e circunferências de braço, quadril e panturrilha. A análise de relações entre essas medidas, como o Índice de Massa Corporal (IMC) e a relação cintura-quadril, também é importante para avaliar o risco nutricional.
Laboratorialmente, o estado nutricional pode ser investigado por meio da dosagem sérica de albumina, pré-albumina, transferrina e colesterol. Dados hematológicos, como a hemoglobina e a contagem de linfócitos, também são úteis na avaliação do estado nutricional.
Além disso, métodos complementares de diagnóstico, como bioimpedância, densitometria óssea e ressonância magnética de corpo inteiro, podem ser utilizados para estimar a quantidade de massa magra e gordura corporal, proporcionando uma avaliação mais precisa da composição corporal.
Após a avaliação nutricional, é fundamental considerar o acompanhamento dietético e nutricional com um profissional capacitado, especialmente para os idosos, a fim de garantir cuidados adequados e melhorar a qualidade de vida.
Sugestões de leitura:
Acuña K, Cruz T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação Nutricional da População Brasileira. Arq Bras Endocrinol Metabol 2004; 48(3): 345-361.
Tavares EL, Santos DM, Ferreira AA, Menezes MFG. Avaliação nutricional de idosos: desafios da atualidade. Rev Bras Geriatr Gerontol 2015; 18(3): 643-650. doi: 10.1590/1809-9823.2015.14249.